Marcelo de Ávila

Os indicadores melhoraram, mas o economista Marcelo de Ávila, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do Ministério do Planejamento, afiança que o trabalhador deve estar preparado para uma corrida pela qualificação profissional.

Que importância o mercado de trabalha confere à qualificação profissional dos prestadores de serviços?

O nível de qualificação por escolaridade está maior, porém ainda não o suficiente para fazer com que todos consigam ingressar no mercado de trabalho. No mundo moderno, as pessoas se qualificam mais para aumentar a probabilidade de estarem empregadas no futuro ou até de permanecer no emprego.

Está havendo uma corrida pela qualificação?

Sim, isso ocorre principalmente quando há uma necessidade de qualificação mais técnica ou de um conhecimento mais específico. As empresas estão crescendo, mudando suas técnicas de produção para se tornarem mais competitivas e precisam de profissionais que saibam lidar com essas novas estruturas. No Brasil, a população ainda está perdendo essa corrida, já que não consegue acompanhar as mudanças nas técnicas de produção, o que prejudica a empregabilidade.

Como as empresas devem lidar com essa falta de qualificação de mão-de-obra?

O que geralmente acontece – e que acaba tornando o processo mais caro – é investir no funcionário. Isso ocorre muito. A empresa não consegue contratar exatamente uma pessoa com a qualificação necessária e contrata um trabalhador para treiná-lo e adaptá-lo à nova função. O gasto com treinamento é maior. É o que está ocorrendo, não só aqui, como no mundo inteiro.

Qualificar mão-de-obra em um país com o déficit educacional brasileiro é um desafio?

É bem complicado. Se uma pessoa tem boa base educacional, ou seja, o primeiro grau consolidado, com bons conhecimentos, se adapta com maior facilidade a uma nova posição. Ela aprende mais rápido. O déficit educacional, que começa na educação básica, não se resolve de um dia para o outro, o progresso é muito lento. Quando falamos de qualificação, também nos referimos à experiência de trabalho. Muitas vezes, a prática é essencial para desempenhar uma função.

O SEAC-SP oferece um programa de Educação Continuada aos trabalhadores de Asseio e Conservação terceirizados no Metrô-SP. De que forma este tipo de ação pode ajudar no desenvolvimento profisssional?

É de extrema relevância. O Sindicato está justamente fazendo que essa pessoa consiga ter uma base de conhecimento sólida. A iniciativa é extremamente bem-vinda porque vai qualificar o trabalhador, além de ampliar o leque de probabilidades presentes e futuras dele. Mas isso não depende só do Sindicato. O trabalhador, por outro lado, tem que abraçar esse curso, abraçar essa oportunidade, e tentar usufruir o máximo, extraindo a maior quantidade de conhecimento para se beneficiar.

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