16.03.2020 - Empresas que compartilham prédios comerciais começam a recomendar home office

(Folha de São Paulo, por Isabela Bolzani, 12.03.2020)

Ações vão desde a proibição de viagens internacionais até a triagem prévia de visitantes

A disseminação do coronavírus no Brasil tem provocado reações preventivas adicionais nas empresas que compartilham condomínios comerciais.

Além da restrição aos voos internacionais e das instruções para higienização das mãos com álcool em gel, algumas empresas passaram a recomendar home office para seus funcionários, além de aumentarem a frequência da limpeza de suas instalações, cancelarem os acessos à empresa por biometria digital e até mesmo realizarem triagens prévias em todos os visitantes do prédio.

O São Paulo Corporate Towers, condomínio comercial que fica na Vila Olímpia, em São Paulo, já concentra todas essas ações.

O condomínio possui escritórios de diversas empresas, como Microsoft, HSBC, BNP Paribas e Visa, além da XP Investimentos –maior corretora do país e que já confirmou dois casos do coronavírus entre seus funcionários.

Na XP, as instruções aos colaboradores já mudaram desde 1º de março, quando foi confirmado o primeiro caso da doença entre os trabalhadores da companhia. Na época, a recomendação da corretora era para que todos os colaboradores que não apresentassem sintomas ou não tivessem tido contato próximo com alguém diagnosticado com o vírus continuassem suas rotinas normalmente.

Já no comunicado interno enviado nesta terça-feira (10), quando o segundo caso foi confirmado, a recomendação era para que todos os trabalhadores que pudessem trabalhar de forma remota optassem pelo home office.

Além disso, a sugestão da empresa era para que os funcionários evitassem transitar em outras áreas da empresa, além de outros andares ou torres do complexo. As reuniões presenciais entre colabores ou com fornecedores e prestadores de serviços também deveriam ser alteradas para teleconferências ou evitadas quando possível.

Fontes afirmaram que a gestão do prédio já cancelou o acesso de funcionários por meio de biometria digital (agora, a entrada é permitida apenas pelo crachá) e redobrou a limpeza dos botões dos elevadores e das áreas comuns.

O vírus é transmitido pelo ar ou pelo contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão ou o contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

No BNP Paribas, os relatos são de que, apesar de o banco ter optado por manter a rotina de trabalho inalterada, as viagens internacionais estão proibidas e a orientação é para que as pessoas que viajaram a potenciais zonas de risco passem, no mínimo, 15 dias trabalhando de forma remota.

Além disso, uma fonte afirmou que o BNP Paribas também já adotou, em outros países, uma política de divisão de trabalho, na qual parte da equipe se desloca até o escritório e a outra faz home office.

A Visa também foi outra empresa que tomou medidas adicionais. Em nota, a companhia afirmou que já liberou seus funcionários para trabalharem de forma remota e que aprimorou a limpeza regular de suas instalações.

Além disso, a Visa também afirmou – sem dar mais detalhes – que passou a realizar uma triagem prévia a todos os visitantes, seguindo um protocolo de prevenção com base nas orientações das autoridades locais e de especialistas médicos.

A WMcCann, que também possui escritórios no São Paulo Corporate Towers, afirmou que fez o afastamento imediato para pessoas com doenças respiratórias e febre, além de promover um programa de treinamento e suporte técnico sobre home-office e de preparação do time em como atuar em caso de eventual necessidade de fechamento do escritório.

“Não tivemos nenhum caso confirmado, mas estamos monitorando os casos de retorno de viagem ou outros que tiveram contato direto com portadores confirmados do Covid-19 e solicitando home office por 14 dias caso ou encaminhamento aos hospitais no caso de aparecimento de sintomas”, afirmou a diretora de RH da companhia, Paula Molina.

Fonte: Folha de São Paulo, por Isabela Bolzani, 12.03.2020

 

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