27.02.2025 - Os desafios da gestão de contratos frente ao reajuste do setor de asseio e conservação

(infrafm.com.br)

Reajustes salariais, retenção de talentos e os desafios dos Facilities Managers na nova realidade do setor de multisserviços

Por Léa Lobo

O setor de asseio e conservação no Brasil enfrentou um 2025 marcado por avanços e desafios significativos. O reajuste salarial de 8% garantido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo (SIEMACO-SP) superou a inflação acumulada, gerando impactos diretos na gestão dos contratos. Além disso, benefícios como vale-alimentação e refeição também tiveram um aumento de 5%, e a inclusão do Prêmio de Assiduidade trouxe um diferencial para a retenção de mão de obra.

Contudo, a elevação dos custos refletiu-se diretamente nos contratos. O impacto financeiro estimado pelo Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Estado de São Paulo (SEAC-SP) foi de aproximadamente 14,54%, um valor expressivo considerando que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi inferior a 5%. Para os Facilities Managers e gestores de contratos, a necessidade de renegociação e reajustes com os clientes tornou-se um dos principais desafios do ano.

Fernanda Andressa Alves Guimarães, Gerente Comercial do Grupo Paineiras, destaca a necessidade de conscientização dos contratantes sobre a realidade do mercado. "O dissídio veio pesado este ano, com um impacto de 14,54%. O problema é que ninguém fez budget para isso, e agora precisamos encontrar um meio-termo com os clientes", afirma.

A dificuldade em segurar mão de obra também tem sido um ponto sensível para o setor. "A economia está aquecida, e nossa mão de obra perde para a construção civil, para aplicativos como iFood e Uber. O sindicato trouxe soluções, como o aumento e o prêmio de assiduidade, mas ainda estamos observando o impacto real disso", explica Fernanda. A aposta em colaboradores mais maduros, com maior compromisso profissional, é uma estratégia que algumas empresas estão adotando.

Outro ponto que requer atenção é a diferença no repasse dos reajustes entre contratos públicos e privados. "Nos contratos privados, conseguimos aplicar o dissídio em janeiro, mas no setor público a realidade é outra. Dependendo do contrato, o reajuste só ocorre meses depois, gerando um descompasso financeiro significativo", ressalta Fernanda. Essa diferença de tempo no repasse é um dos fatores que pressionam o fluxo de caixa das empresas prestadoras de serviço.

A gestão eficiente dos contratos e a transparência com os clientes se tornam estratégias fundamentais para a sustentabilidade das operações. "Os clientes estão mais abertos ao diálogo, entendendo que não há espaço para mágica. Precisamos estabelecer cronogramas realistas e metas alcançáveis para garantir a qualidade dos serviços", enfatiza Fernanda.

No Grupo Paineiras, a busca por equilíbrio entre qualidade, eficiência e custo tem guiado suas estratégias comerciais. Fundado em 1986, o grupo atua fortemente na terceirização de serviços como limpeza profissional, manutenção predial, portaria, recepção, jardinagem e controle de pragas. Com certificações de qualidade como a ISO 9001 e o Selo Verde, a empresa reforça seu compromisso com a sustentabilidade e a inovação. Uma das soluções tecnológicas desenvolvidas pelo grupo é o aplicativo Kantan, que facilita a gestão operacional e aprimora a eficiência nos serviços prestados.

Fernanda também aponta que a tecnologia, apesar de essencial, não pode ser vista como a única solução para os desafios do setor. "Nos últimos anos, houve uma corrida para digitalizar e automatizar tudo. No entanto, percebemos que a tecnologia sozinha não dá conta de resolver todos os problemas. Muitas vezes, ela pode até deixar processos mais lentos. O olhar humano, a transparência e o treinamento presencial ainda são fundamentais para garantir qualidade e produtividade nas operações", analisa.

Atualmente, o Grupo Paineiras atende clientes em diversos setores, com destaque para o segmento educacional e o varejo. "Nossa atuação no setor educacional é bastante expressiva, indo desde berçários até universidades. Para 2025, buscamos expandir no setor farmacêutico e hospitalar, trazendo processos alinhados às normas da Anvisa", adianta Fernanda.

O setor de asseio e conservação segue em evolução, e a capacidade de adaptação das empresas será determinante para atravessar os desafios econômicos e operacionais que o mercado impõe. Com transparência na relação com os clientes, inovação nos serviços e foco na retenção de mão de obra qualificada, os gestores de Facilities terão um papel essencial na busca pelo equilíbrio entre qualidade e viabilidade financeira.

Fonte: https://infrafm.com.br/Textos/5/23988/Os-desafios-da-gestao-de-contratos-frente-ao-reajuste-do-setor-de-asseio-e-conservacao

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