entidades entregaram estudo nesta segunda-feira ao presidente da Frente Parlamentar da Saúde; proposta na Câmara prevê o fim da escala de trabalho com seis dias de trabalho e um de descanso, comum no setor de serviços
Por Eduardo Barretto
Donos de hospitais entregaram nesta segunda-feira, 31, ao deputado Dr. Zacharias Calil (União-GO), presidente da Frente Parlamentar de Saúde, um documento que critica a proposta de emenda à Constituição (PEC) que acaba com a escala de trabalho 6x1 (seis dias de trabalho e um de descanso). Para as entidades, o projeto é inconstitucional e prejudicaria o Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta foi apresentada na Câmara pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP) no mês passado e mira principalmente o setor de serviços.
O documento contra a PEC foi entregue pelo médico Francisco Balestrin, presidente da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Fesaúde-SP) e do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Sindhosp), durante uma reunião da Fesaúde. Participaram do encontro grandes grupos de saúde, como Rede D’Or, Hapvida, Dasa e Grupo Fleury.
“A PEC, que a princípio pode parecer beneficiar os trabalhadores brasileiros, se aprovada, trará consequências nefastas especialmente para o setor de saúde, prejudicando a qualidade do atendimento à população e gerando custos imprevisíveis ao governo e à iniciativa privada”, disse Balestrin. A Fesaúde-SP representa 52 mil serviços privados de saúde em São Paulo.
Há pouco mais de um mês, Erika Hilton e colegas apresentaram a PEC, que estabelece a escala de trabalho 4x3 (quatro dias de trabalho e três de descanso). Como mostrou a Coluna do Estadão, a bancada do PT na Câmara elegeu essa proposta como uma das bandeiras políticas para o ano, em uma tentativa de aumentar a popularidade do presidente Lula, de olho na reeleição em 2026.